A nuvem não é perfeita – e por que precisamos falar sobre isso

abril 05, 2021
“Pensar em jogar o data center na nuvem é a fórmula do fracasso. É preciso ter um planejamento”, diz Paulo de Godoy, da Pure Storage. Veja, a seguir, por que a cloud híbrida pode ser o melhor caminho Quais serviços e soluções garantem a continuidade do seu negócio? Se a sua resposta envolve muitos elementos […]

“Pensar em jogar o data center na nuvem é a fórmula do fracasso. É preciso ter um planejamento”, diz Paulo de Godoy, da Pure Storage. Veja, a seguir, por que a cloud híbrida pode ser o melhor caminho


Quais serviços e soluções garantem a continuidade do seu negócio? Se a sua resposta envolve muitos elementos fora do controle da gestão da TI, isso pode ser um problema – principalmente em momentos de imprevisibilidade, como o da pandemia. Nesse contexto, a computação em nuvem desempenha um papel sensível. Afinal, é fato que a cloud computing se provou como uma tendência sem volta, mas também é verdade que ela não é perfeita. Por isso, a análise e o pensamento crítico sobre benefícios e riscos devem nortear a escolha de cada organização pelos modelos de cloud privada, pública ou híbrida.

Um estudo realizado pela IDC mostra que 33% das grandes empresas no país adotam serviços em nuvem híbrida, utilizando data centers próprios e infraestrutura de fornecedores. A consultoria ouviu executivos de 143 empresas de grande porte no país, com mais de 500 funcionários cada. Entre os entrevistados, 59% dizem utilizar algum tipo de nuvem – 33% usam nuvem pública, 31% preferem uma nuvem privada instalada na própria empresa, e outros 27% optam por uma nuvem privada instalada em um provedor terceiro.

Como uma solução que traz prós e contras, a nuvem não deve ser vista como sinônimo de resolução de todos os problemas do negócio, mas encarada com ponderação pelas lideranças de TI. Para Rafael Nunes, especialista em data center da 2S Inovações Tecnológicas, os gestores comumente pensam na migração total para a nuvem e, envolvidos pelos benefícios – elasticidade, pagamento por uso, atualização tecnológica automática e constante, virtualização  e automatização dos serviços de forma amigável para o usuário, entre outros -, esquecem os riscos inerentes à cloud.

“Se toda a empresa estiver na nuvem, você pode imaginar o impacto disso caso haja alguma intercorrência? Se os seus dados não estão mais sob controle, as nuvens privadas podem ser desligadas a qualquer momento. Antes, isso era algo impensável, mas agora temos exemplos práticos e recentes”, diz Nunes, citando o caso da Amazon Web Services, que desligou os servidores do Parler, rede social conservadora, justificando a suspensão do contrato na contribuição da empresa para as recentes manifestações antidemocráticas nos Estados Unidos.

“É um tema polêmico, e não estou dizendo que as empresas que incitam violência ou condutas antiéticas não devam ser punidas. Elas devem ser. O que quero levantar com esse exemplo é a fragilidade a que as organizações podem estar expostas. Se você perde o controle da sua infraestrutura, se a continuidade do core business da empresa depende de um serviço que está fora de casa, você pode ficar muito tempo sem entregar seus serviços. Por isso, a necessidade de preparar o negócio é tão urgente”, analisa o especialista.

Se as imperfeições da cloud computing não podem passar despercebidas para os gestores de TI, um dos principais pontos de atenção é a segurança no ambiente. É consenso entre os especialistas que a nuvem já atingiu um grau de maturidade importante nesse quesito. Ainda assim, a maior exposição aos riscos é uma questão que merece uma análise profunda. A forma de comunicação dentro das empresas e entre contratantes e fornecedores desse serviço também precisa se transformar, trazendo novos protocolos. Além disso, precificação e custeamento devem levar em consideração parâmetros que, até então, podiam não ser tão bem quantificados, como desempenho e a segurança dos dados. Para os casos de escolha pela nuvem híbrida, há ainda a necessidade de repensar a arquitetura das soluções de modo que haja fluidez entre as nuvens.

A nuvem chegou para ficar e é provável que todas empresas precisem adotar essa solução em algum momento. Mas, antes da decisão final, os gestores devem entender que a nuvem não é simplesmente um recurso de outsourcing, mas uma estrutura complexa, como explica Paulo de Godoy, gerente da Pure Storage: “Pensar em jogar o data center na nuvem é a fórmula do fracasso. É preciso ter um planejamento”.

Segundo o executivo, a jornada implica a preparação para que o ambiente se ajuste à cloud de forma múltipla e fluida. “O funcionamento on premise é bem diferente da nuvem. Por isso, quando é feita a migração, latência e comunicação podem impactar de forma errada a experiência do usuário. Além disso, esse processo deve estar preparado para os diferentes tipos de nuvens, um possível crescimento e consequente aumento da despesa”, avalia.

Em meio às vantagens e desvantagens da nuvem, Godoy aponta o uso da nuvem híbrida como o caminho mais seguro e positivo para as empresas. “Existe um desafio de integração, e não é tão simples. A mudança para a nuvem passa pela jornada de adaptação nesse novo mundo. É preciso permitir que as coisas fluam de um lado para o outro, bidirecionalmente. E a nuvem híbrida é a melhor solução quando pensamos na fluidez desse ambiente de tecnologia, inclusive para entregar a qualidade que o mercado exige”.


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