Cinema, educação e tecnologia como ponte para diferentes lugares

junho 15, 2022
Com larga experiência na área de TI de empresas de cultura e educação, Daniel Domingues mostra como a tecnologia é uma ponte para o futuro. Conheça o novo entrevistado do podcast Líderes que Transformam

Com larga experiência na área de TI de empresas de cultura e educação, Daniel Domingues mostra como a tecnologia é uma ponte para o futuro. Conheça o novo entrevistado do podcast Líderes que Transformam. 

“A tecnologia pode nos levar para diferentes lugares”, garante Daniel Domingues, coordenador de redes da Cinemark Brasil, empresa que gerencia 634 salas de cinema em todo o país, o equivalente a 30% do mercado brasileiro. Um setor que sofreu com o fechamento imposto pela pandemia — e que encontrou na tecnologia e na transformação digital algumas das respostas para superar o período de salas fechadas. 

Domingues é o terceiro entrevistado da nova temporada do podcast Líderes que Transformam. Ao longo de três episódios, ele conversou com o jornalista Wagner Hilário. Falou de TI, liderança, tecnologia e de uma carreira trilhada nas áreas da cultura e da educação. Desde 2016 na Rede Cinemark, Daniel Domingues também trabalhou por uma década na Cultura Inglesa.  

“Minha primeira experiência nas duas empresas foi do outro lado, como cliente”, relata Domingues, que é formado em Ciências da Computação pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Criado na Zona Norte da capital paulista, ele passou a adolescência estudando inglês nas escolas da Cultura Inglesa, por incentivo dos pais, que sabiam da importância em dominar o idioma. Aos finais de semana, Domingues curtia os cinemas dos shoppings da região, como tantos outros adolescentes.

A ligação com a tecnologia é outra coisa que vem de berço, ou melhor, de quando tinha 10 anos e ganhou seu primeiro computador. Curioso, Domingues passou a mexer no sistema operacional para tentar otimizar o desempenho da máquina. Não foi difícil para o menino escolher a carreira, mas as descobertas — e as mudanças de rota — continuaram na faculdade.

 

 

“Sofri bastante com as disciplinas que envolviam lógica de programação, que eram praticamente todas. Até que, no sexto semestre, surgiu a disciplina de rede de computadores. E aí tudo mudou para mim”, relata. Após a conclusão do curso, Domingues fez mestrado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas da USP, em Engenharia de Computação e Redes de Computadores.

A experiência na educação

Os 10 anos na Cultura Inglesa deixaram marcas no currículo de Domingues — e a capacidade de falar, como poucos, sobre tecnologia aplicada na educação. Ele cita o uso de lousas digitais, que tornaram as aulas mais interessantes e criativas. “Antes as atividades ficavam só nos livros; a partir daí tudo ficou mais interativo. Isso dava uma visão diferente para os alunos e aumentava a adesão e a participação nas atividades”, recorda.

Embora já não estivesse trabalhando na área de educação quando a pandemia de covid-19 fechou o mundo, Domingues avalia os impactos causados ao setor pela crise sanitária. E que no ensino privado, principalmente, a tecnologia foi uma grande aliada, com a adesão de ferramentas de ensino à distância. Mudanças que vieram para ficar. “A tecnologia pode ser usada em prol do aprendizado. Eu acho que o modelo híbrido funciona muito bem: você tem a experiência presencial, mas pode utilizar a tecnologia sempre que necessário, proporcionando maior interação e alcançando outros lugares”.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Península, 88% dos professores do país nunca tinham dado aula à distância antes da paralisação das atividades presenciais por conta da pandemia. Um número que expressa o tamanho do desafio para o setor da educação, que precisou treinar equipes e alterar o modelo de trabalho, tudo isso no espaço de tempo mais curto possível.

Se o desafio para dar aulas à distância e adotar a tecnologia foi maior nas escolas públicas, as escolas privadas também enfrentaram um problema: o financeiro. O Grupo Rabbit, consultoria de gestão escolar, estima que 2,7 milhões de alunos — mais de 30% — cancelaram suas matrículas em escolas particulares por conta do coronavírus.

No trabalho à distância, aprendemos a mostrar para as outras pessoas que, mesmo se você está do outro lado da tela, você está ali, pronto para ajudar. E não só em questões profissionais.

Do cinema ao streaming

Embora garanta que também consome filmes e séries nos streamings, Domingues faz questão de destacar que as salas de cinema nunca perderão seu papel — e que as duas tecnologias não são concorrentes. “Num cinema, você tem a experiência de viver com outras pessoas diversas emoções”. Ele destaca que algumas coisas nunca vão mudar no cinema, como a busca por uma pipoca gostosa e a imersão completa numa sala escura e com imagens em alta definição. Apesar disso, a tecnologia pode sim trazer mudanças. O que é natural, afinal a sétima arte surgiu a partir de um desenvolvimento tecnológico. “Apesar de ser antigo, o cinema não está ultrapassado. E segue se reinventando a cada dia”, completa Daniel Domingues.

“Hoje, toda a operação da sala de cinema é automatizada. Desde o ar-condicionado, na hora que liga ou desliga a climatização, até a exibição de comerciais: tudo é feito de forma programada. Então a tecnologia já é uma realidade no cinema”, diz. Ele compara as dificuldades de distribuição de outras épocas, quando o filme tinha que ser levado em cada unidade de cinema espalhada pelo mundo, gerando um enorme desafio e custo logístico, com a situação atual, em que tudo é feito de forma digital. “Hoje os filmes são baixados por uma conexão de satélite segura, é bem mais simples e rápido”, explica. Domingues aposta que a tecnologia pode tornar o cinema cada vez mais interativo, com conteúdos personalizados para cada cinéfilo, mergulhando de vez na transformação digital.

Domingues, que passou a ocupar um cargo de liderança durante a pandemia, atuando como coordenador de redes da Cinemark e comandando o time de Sustentação e Segurança da Informação, revela que o período foi cheio de aprendizados. Em 2020, primeiro ano da pandemia e quando o isolamento foi maior, a bilheteria nos cinemas brasileiros caiu 78%, o que gerou incertezas e preocupações nas equipes.

“Foi um grande desafio. No trabalho à distância, aprendemos a mostrar para as outras pessoas que, mesmo se você está do outro lado da tela, você está ali, pronto para ajudar. E não só em questões profissionais. Você tem que entender o momento que as pessoas estão passando, precisa tentar motivá-las, mesmo com as enormes adversidades”, pontua.

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