Plano Nacional de Internet das Coisas: por que precisamos dele?

outubro 09, 2019
Incentivo para adoção de tecnologia movimenta mercado e é oportunidade para desenvolvimento dos profissionais e das empresas   O mercado da internet das coisas, a IoT, deve alcançar US$ 1,2 trilhão (o equivalente a R$ 4,9 trilhões) em 2022, com crescimento mundial médio de 13,6% ao ano. A previsão da IDC mostra o tamanho do […]

Incentivo para adoção de tecnologia movimenta mercado e é oportunidade para desenvolvimento dos profissionais e das empresas

 

O mercado da internet das coisas, a IoT, deve alcançar US$ 1,2 trilhão (o equivalente a R$ 4,9 trilhões) em 2022, com crescimento mundial médio de 13,6% ao ano. A previsão da IDC mostra o tamanho do potencial dessa tecnologia, com diversas possibilidades de aplicações na vida em sociedade e também nas empresas, onde promete impulsionar a transformação digital. 

Para estimular o  desenvolvimento e a implementação da tecnologia no mercado brasileiro,  em junho de 2019 o governo brasileiro lançou o seu Plano Nacional de Internet das Coisas, por meio do decreto nº 9.854. Estão entre os principais objetivos da medida: melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover ganhos de eficiência nos serviços; promover a capacitação profissional relacionada ao desenvolvimento de aplicações de IoT e a geração de empregos na economia digital; incrementar a produtividade e fomentar a competitividade das empresas brasileiras desenvolvedoras de IoT, por meio da promoção de um ecossistema de inovação no setor; buscar parcerias com os setores público e privado para a implementação da IoT; e, ainda, aumentar a integração do país no cenário internacional, por meio da participação em fóruns, pesquisa e desenvolvimento e da internacionalização de soluções de IoT desenvolvidas no País.

Para Gisele Braga, gerente de transformação digital da 2S, essa é a oportunidade de o Brasil alcançar outras nações quando o assunto é internet das coisas. “O governo chinês, por exemplo, criou as primeiras leis de incentivo à tecnologia há pelo menos sete anos. Agora o Brasil tem o seu plano, o que representa um importante avanço na expansão da tecnologia por aqui”, comenta. Gisele afirma que para que isso se torne realidade, há alguns gargalos a serem resolvidos, o principal deles relacionado à forma como as empresas utilizam os dados gerados pela tecnologia. É preciso, ainda, ficar atento à segurança da informação – impulsionada pela entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em agosto de 2020.

Severiano Leão Macedo, conselheiro de transformação digital da Cisco, concorda e ainda ressalta:  “o momento é oportuno para qualificar a mão de obra e aumentar a quantidade de profissionais capazes de lidar com o cenário de transformação digital”. Ele explica que os profissionais devem estar preparados para extrair dos dados insights que apoiem a tomada de decisão. A tecnologia, portanto, é um meio e deve estar acompanhada da inteligência de negócios e da alteração dos processos para, de fato, promover as mudanças esperadas. 

O especialista da Cisco ainda enxerga no mercado atual um cenário em que há silos tecnológicos, em especial nas indústrias. São áreas que adotam tecnologias como IoT e outras, obtêm resultados delas, mas o impacto para o negócio como um todo ainda pode ser potencializado. “A ideia não é ter ‘paixão’ por uma determinada tecnologia, mas sim partir de um problema real da empresa e de que forma uma combinação de tecnologias pode resolvê-lo”, destaca, detalhando como TI e as áreas de negócio devem trabalhar juntas em prol da inovação.

 

Áreas prioritárias

 

O plano nacional de IoT determina que as áreas prioritárias para investimentos serão, no mínimo, ambientes de Saúde, de cidades, de indústrias e rural. Na Saúde, a grande aposta é o monitoramento a distância dos pacientes. Nas cidades, dispositivos inteligentes controlam semáforos e recursos fundamentais como água e energia. Na indústria 4.0, que já é realidade no país, a IoT conecta todas as etapas de produção, permitindo acompanhar o desempenho de colaboradores e máquinas em tempo real. Na agricultura, a promessa é ampliar a produtividade.

Gisele acredita que esses setores foram priorizados porque, atualmente, são os que possuem mais espaço para o desenvolvimento desse tipo de tecnologia. “Quando se pensa em agronegócio, por exemplo, a IoT potencializa a adoção de soluções em áreas de grandes extensões de plantação. O mesmo vale para as indústrias. Mas é preciso ser criativo e ter expertise para combinar a internet das coisas e outras tecnologias e, assim, montar uma solução de acordo com os problemas que devem ser resolvidos por cada negócio”, afirma. 

O próximo passo é que as empresas adotem a IoT dentro de um contexto maior de aceleração da transformação digital dos seus negócios. O caminho é complexo, mas os especialistas garantem que é imperativo percorrê-lo, em nome da sustentabilidade atual e futura.

 

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